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Quando em 2005 integrei uma lista concorrente à Câmara Municipal de Coimbra uma das questões abordadas no decurso dessa campanha eleitoral foi a recuperação do que, então, restava no Hospital de S. Lázaro e que se pode observar na seguinte figura:
Hospital dos Lázaros, Fora de Portas
Das grandes promessas eleitorais então feitas nada resultou. O muito que ainda lá restava e que se podia ter recuperado... já foi demolido para alargar o parque de estacionamento de uma repartição pública. Sem comentários!!
No decurso do trabalho de investigação que venho realizando sobre a história da Herdade de Enxofães que foi comprada pelo Hospital de S. Lázaro em Fevereiro de 1212, encontrei no Arquivo da Universidade de Coimbra uma planta – que julgo inédita – das referidas instalações:
Planta do Hospital de S. Lázaro existente no AUC
A planta está datada de 1852.09.11 e foi elaborada quando, após o Hospital de S. Lázaro ter passado a integrar os Hospitais da Universidade de Coimbra, se equacionou levar a cabo uma necessária reforma das referidas instalações.
Reforma que acabou por não se realizar tendo o hospital passado a funcionar, posteriormente, na alta da Cidade, no antigo Colégio dos Militares.
O documento, cujo interesse julgamos evidente, tem a seguinte legenda:
Planta das instalações do hospital de S. Lázaro com os seguintes dizeres:
Mapa do Hospital dos Lazaros em exbosso: per Coito fes
A cor preta he o lucal donde sequer fazer as duas emfermarias pª doenças agudas, o qual necessita de solho escada portas e janelas feitas de novo, e algumas traves.
A cor amarela reprezenta casas q tem o madeiramento cahido
A cor emcarnada são as cazas q servem actualm.te.
À margem está a seguinte nota manuscrita:
Pela medição feita em 11 de Setembro de 1852 contem o Edificio, quintal e insua os palmos designados em cada linha, comprehendendo, feita a medição pela parte onde se acham os numeros, em toda a circunferencia – 1470 palmos – incluindo o angulo de 16 palmos da parte da estrada reconhecendo q o desenho se acha errado.
Coimbra 14 de Setembro de 1852
O Admd.or do Concl.º
Antonio dos Santos Pereira Jardim
Fica para memória do que nunca devia ter sido destruído no século XXI: uma construção que vinha do século XIII, que foi restaurada no século XVI e que podia e devia, hoje, constituir mais um marco visível da história da Cidade.
Rodrigues Costa
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