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Apenas uma casa na Rua Oliveira Matos e um varandim inserido noutra da Lourenço Almeida de Azevedo são neomudéjares.
A primeira, de dois pisos, é caracteristicamente coroada por ameias de inspiração árabe. Na zona cimeira as aberturas apresentam a forma de arco ultrapassado e encontram-se envolvidas por arabescos de gosto orientalizante. As janelas do andar térreo são geminadas e ladeiam a porta de entrada, enquanto que, na parte superior, se destaca, ao meio, uma varanda saliente com gradaria de pedra lavrada no mesmo gosto, ladeada por janelas simples. A completar a ornamentação da fachada podem observar-se painéis de azulejo dentro do tipo sevilhano.
O varandim (da casa da Rua Lourenço Almeida de Azevedo) é ainda mais simples e quase passa despercebido aos menos atentos.
Trata-se de dois modestos exemplares a refletir gosto exótico; o da Rua Oliveira Matos parece ter sido desenhado pelo proprietário e o outro é da autoria (atribuída) do Arquiteto Silva Pinto. Possivelmente são o produto do desejo dos donos das moradias em questão, talvez influenciados pelo que lhes era dado observar no estrangeiro.
Devido à fraca qualidade dos modelos existentes ou, mais ainda, por se encontrar desenquadrado, o certo é que o neomudéjar não teve impacto no ambiente artístico local, tal como aconteceu com os dois belos exemplares neobarrocos que subsistem na cidade. De qualquer forma são estilos que se encaixam dentro desse ecletismo praticado pelos artistas mondeguinos no limiar do século.
Anacleto, R. 1982. Arquitectura Revivalista de Coimbra. In Mundo da Arte, 8-9. Coimbra, 1982, p. 3-29.
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