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Uma riqueza tão dilatada, como se sabia ter o Mosteiro conimbricense, contribuiu, juntamente com outros acontecimentos entretanto verificados na comunidade, para que Dom Fernando Martins, cónego regrante de Santa Cruz, ansiasse por atingir uma vida de maior perfeição, requerida pela brilhante cultura que foi recebendo desde que chegara de Lisboa, por força da radicalidade das exigências evangélicas e pelo singular testemunho da pobreza manifestado nos humildes frades franciscanos.
... Com efeito, nas opções do futuro Sant’António, pesaram as vicissitudes epocais e, também, as circunstâncias em que se viram os cinco desafortunados franciscanos (martirizados em Marrocos) que conhecia.
... Refletindo, pois, a vida missionária dos mártires marroquinos, o cónego Dom Fernando Martins desvincula-se dos crúzios e faz-se frade franciscano (num pequeno convento franciscano no local onde hoje está a igreja de Santo António dos Olivais): com o hábito de burel, o novo nome vai ser António, depois célebre como notável pregador e, porque distintamente culto, declarado Doutor Evangélico, num manifesto reconhecimento das invulgares capacidades intelectuais e da brilhante preparação cultural obtida no Mosteiro de Santa Cruz, assim declarado pelas altas instâncias eclesiais romanas.
Dias, P. e Coutinho, J.E.R. 2003. Memórias de Santa Cruz. Coimbra, Câmara Municipal. Pg. 54 e 57
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