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A primeira referência à Fonte Nova de que há conhecimento, é de 1137 como Fonte dos Judeus (fons judeorum). Esta denominação ter-se-ia ficado a dever à localização na extremidade do bairro judaico e começo do seu almocávar (cemitério).
Consta que esta fonte, destinada ao abastecimento público, era a mais antiga nascida junto à cidade de Coimbra pois, já em Junho de 1137, a ela se faz referência na demarcação da paróquia de Santa Cruz.
... conforme refere F.A. Martins de Carvalho, a Fonte dos Judeus só no ano de 1725 tenha passado a ser designada por Fonte Nova, aquando a reforma que lhe foi feita, à qual se refere uma inscrição em romano maiúsculo e abreviado ... Esta inscrição pela sua extensão ser desproporcionada para o limitado espaço do rótulo, tornou-se uma tarefa verdadeiramente difícil para o canteiro a quem foi incumbida a gravação. Por tal motivo, tê-la-ia apertado até que a última linha acabou por ficar indecifrável. Nessa inscrição vê-se que “No Anno Aureo da Lei da Graça de MDCCXXV” esta Fonte, velha pelo tempo, aparece como “Faenix Renascida”.
... A Fonte Nova terá sido também denominada por Chafariz da Ribella? Esta suposição tem por base uma descrição ... é relatada a tempestade, inundações, trovoadas, etc., que aconteceram em Coimbra no dia 16 de Junho de 1411: “Desta escuridão de trouões sahirão coriscos, os quais derão em hum muro da cérca do dito mosteiro de Santa Cruz, que está na horta da parte de cima, junto ao chafariz da Ribella, que era mui forte de pedra & cal e derubarão do dito muro bem dez graças”.
Nesta fonte foram feitas, ao longo do tempo, várias obras, destacando-se pela sua importância, a realizada por mestre Manuel Roiz (Rodrigues) que lhe acrescentou a arca.
Segundo informação que a Câmara Municipal de Coimbra enviou a El-Rei, em 8 de Janeiro de 1749, sabe-se “... que era favorável ao pagamento que o referido mestre reclamava visto que tal importância se aplicava para a existência e conservação da água do chafariz da Fonte Nova, tão importante para o bem comum do povo desta cidade que V. Magestade foi servido mandar reedificar como se averiguou antes que entrasse na dita obra, a qual não admitia demora pello prejuízo que ao contrário se seguia para o mesmo povo”.
... (está hoje) na rua Olímpio Nicolau Rui Fernandes, em frente ao Jardim da Manga, mandada ali colocar na década de 80 do século XX, pelo então Presidente da Câmara Dr .Mendes Silva.
O conjunto arquitetónico em que está inserida, contem, para além da fonte propriamente dita, a parede revestida de azulejos, em azul e branco, colocados de forma geométrica, uma escadaria que dá acesso à Rua de Montarroio.
Nota: A transferência da Fonte para a atual localização foi feita sob projeto do Arquiteto António Monteiro, à data responsável do Gabinete de História da Cidade que funcionava no âmbito do então Departamento de Cultura, Desporto e Turismo.
Lemos, J.M.O. 2004. Fontes e Chafarizes de Coimbra. Direção de Arte de Fernando Correia e Nuno Farinha. Coimbra, Câmara Municipal de Coimbra. Pg. 22 a 31
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