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O vinho aquartilhado podia ser adquirido em diversas lojas. As vendas e estalagens, com obrigação de vendê-lo, cediam-mo, como é natural a quem as frequentasse. Noutros locais, proprietários ou regatões igualmente mediam vinho por miúdo.
… A transgressão das posturas podia implicar, além do mais, penas pecuniárias … No ano de 1617, por exemplo, ficou registada a receita de 28.000 réis de multas de barqueiros e vinhateiros da cidade … Os motivos das condenações são diversos: entre eles, o não cumprimento das taxas, a adulteração e falta de licença … Vender vinho ruim, que se não pudesse beber, implicava uma multa de 6.000 réis em 1607 … Em 23 de Junho de 1610 foi aplicada a multa de dez cruzados a quem vendesse vinho com gesso … Era também proibido, naturalmente, lançar água no vinho.
… Em 1620 obrigaram-se a vender vinho velho, entre Maio e Julho ao dia de Todos os Santos, 26 indivíduos, incluindo um de Celas. Do conjunto sobressaem, de modo explícito, 12 «barqueiros e vinhateiros» e dois vendeiros, um deles morador à Portagem e outro em Santa Clara, na rua das Parreiras.
… Os preços do vinho estavam dependentes, naturalmente, das colheitas … Em 12 de Maio (de 1620) a Câmara acrescentou um real por quartilho ao preço corrente do vinho. O mais fino não podia passar de 5 réis.
… Os 8 barqueiros contratados para fornecerem vinho de Lamego em 1614, deviam comerciá-lo em 5 lojas situadas na baixa: S. Bartolomeu, na Rua do Sol («de baixo do Hospital»), às Olarias …, junto ao Terreiro de Sansão … Os 14 barqueiros e vinhateiros que pelo menos tiveram intenção de se obrigarem em Fevereiro de 1618, deviam vender o vinho em 8 tabernas … Distribuíam-se por Santa Cruz, Olarias … Paço do Conde, cimo da Rua das Solas, Rua do Hospital e S. Bartolomeu. Aqui haveria três tabernas … Das 58 unidades vendedoras de 1624 apenas 28 exprimem a sua localização … Celas, 3; Rua das Solas, 1; Esteirinhas, 1; Feira, 4 (provavelmente mais uma); junto à Feira, 1; Arco de Inês Morais, 1; Sansão, 1; a S. Pedro, 2; Cais, 1; S. Cristóvão, 1; à porta do Paço do Bispo, 1; Rua Direita, 2; Porta do Castelo, 2; fora de Porta do Castelo, 1; Pedreira, 1; Portagem, 2; Terreiro do Marmeleiro, 1; Santa Clara, 1; defronte das casas de Salvador de Sousa, 1.
Oliveira, A. 1971. A Vida Económica e Social de Coimbra de 1537 a 1640. Primeira Parte. Volume II. Coimbra, Universidade de Coimbra, pg. 299, 300, 305
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