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A' Cerca de Coimbra



Quinta-feira, 07.01.16

Coimbra, a cidade, o arrabalde e as freguesias no séc. XVI

A sede do concelho, sob o ponto de vista da administração civil, compreendia a povoação urbana propriamente dita e um subúrbio circundante … Nos registos paroquiais há predominância em considerar «cidade» apenas a zona intramuros … Da porta de Almedina para baixo começava o «arrabalde» … As aglomerações de Santa Clara e Celas são, nestas fontes, com frequência por burgos. Sobretudo Celas.
Almedina, «arrabalde» e burgo de Santa Clara constituem para alguns efeitos fiscais, o corpo citadino. Mas a «cidade» podia ainda ser um pouco mais extensa: burgo de Celas, Copeira, Rapoula, Pombal, Arregaça de Baixo e de Cima e as novas construções, impostas pelo «muito crescimento do povo», dentro da sombra dos olivais. A zona suburbana aparece exatamente identificada, por vezes, com este «aro dos olivais da cidade» cuja delimitação não é fácil de reconstituir.

Quatro das cinco freguesias de intramuros atravessavam as muralhas em 1567. S. Pedro e S. João de Almedina tinham uma pequena área urbana extravasando da cerca … As paróquias da Sé e de S. Cristóvão, com algo para além da porta de Belcouce, iam até ao rio, por um olival. Santa Cruz, confinava com a Sé, em Almedina, junto da rua de “Sobre a Riba”. Com outras freguesias partilhava o arrabalde, os burgos e o aro da cidade.
… A S.. Bartolomeu foi atribuído, da porta da ponte para fora, o burgo contíguo ao mosteiro de Santa Clara «assim como esta çarrado pela porta da cadea e pela porta da Rona»; a povoação dos paços velhos, denominada Currais, «começada do alpendre de Santa Isabel até ao cano de água com que moem os lagares de azeite do mosteiro»; desta água, caminho e cerca, para dentro, ficou somente com a Copeira e as casas construídas ou por edificar junto de «Santa Isabel defronte do muro do mosteiro até à porta da cadeia». Tudo o mais, nesta área litigiosa, pertencia à Sé.
Santiago confrontava com a Sé, dentro do aro da cidade, em 1567, apenas na porta de Almedina. Nada havia a demarcar de novo. O mesmo não sucedia com outra freguesia do arrabalde, Santa Justa.
Esta paróquia, na direção do Porto, chegava «até à estrada que vem da ribeira de Coselhas, junto de Água de Maias». Para o lado de Coselhas a linha divisória passava «por detrás da Forca, por o cume do monte de Águas Vertentes»

Oliveira, A. 1971. A Vida Económica e Social de Coimbra de 1537 a 1640. Primeira Parte. Volume I. Coimbra, Universidade de Coimbra, pg. 32 e 33, 36 e 37

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por Rodrigues Costa às 12:51


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