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A' Cerca de Coimbra



Sexta-feira, 29.01.16

Coimbra, entradas e saídas da cidade

A estrada romana que ligava Olisipo e Bracara Augusta, ao evitar «tanto os terrenos acidentados do interior, como as baixas alagadiças da beira-mar» encontrou como lugar de eleição para transpor o rio o estrangulamento entre o sopé do cabeço de Santa Clara e o oppidum fronteiro. Aqui surgiu a ponte. E nunca mais, até hoje, se deslocou o local de semelhante travessia.

Nos séculos XVI e XVII, e certamente em tempos anteriores, a ponte real de Coimbra, «estrada que vinha da corte e iha para ella», era das mais frequentadas do País.

… De Cernache (ou Antanhol) podia partir-se para Coimbra, «pollo caminho do campo», indo sair-se a S. Martinho do Bispo. Foi esta a direção seguida pela embaixada do Preste João em 1527.

… Mas outra estrada, mais direta, seguia pela Cruz dos Mouroços, Vale do Inferno – por Santa Eufémia – e, depois de uma «descida perigosa» penetrava na ponte pela Calçada de Nossa Senhora da Esperança.

À saída da cidade, por S. Lázaro, a estrada transpunha a Ribeira de Coselhas, pela ponte de Águas de Maias. Progredindo atravessava Assamassa, passava junto da capela de Nossa Senhora Loreto e subia à Pedrulha, depois de ultrapassada venda da Fontoura. Descendo, penetrava na ponte do Rachado e seguia para os Fornos.

Oliveira, A. 1971. A Vida Económica e Social de Coimbra de 1537 a 1640. Primeira Parte. Volume II. Coimbra, Universidade de Coimbra, pg. 5 e 6, 13 a 17

 

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por Rodrigues Costa às 10:44

Quinta-feira, 28.01.16

Coimbra, a navegabilidade do Mondego e os barqueiros

Nos meados do século XII, segundo Edrisi, a foz do Mondego era ainda defendida pelo «forte» de Montemor-o-Velho. Navios de certo porte chegariam até à cidade de Coimbra ou à área da sua jurisdição. Pelo menos o foral de 1179 privilegia com foro de cavaleiro certos cargos navais … Vestígios dessa atividade passaram ainda para o foral manuelino … O Mondego era navegável até à Senhora da Ribeira. Aqui, por volta de 1732, se celebrava, em dia de Ramos, uma grande feira (e romagem) onde acudiam, em barcas, os mercadores de Coimbra.

… no tempo das cheias ou, em outras épocas, nos lugares onde não havia vaus, a travessia só era possível por meio de embarcações.
Em alguns pontos, os camponeses podiam utilizar pequenos barcos … mas a travessia normal fazia-se através de barcas de passagem pública.

… Em Janeiro de 1600: um barqueiro comprometeu-se a ter uma barca continuamente, desde manhã até às Avé Marias, em frente de Agua de Maias. Iria sair ao Porto de Mós … Uma barca de passagem, defronte da Conraria, encontramo-la documentada em 1624 … na foz do Ceira, existia outra muito mais movimentada … um barqueiro de passagem nas Carvalhosas. E mais acima, a importante barca de Palheiros, «passagem de Coimbra para a Beira Baixa» (sic), como se exprime a referida Descrição do Mondego. Este documento (de 1732?) assinala ainda «barcas de passagem» em Couços, Bogueira e Asna Brava.
A jusante, ao tempo da referida Descrição funcionavam outras travessias por meio de barcas. A partir de Água de Maias … havia barcas de passagem no Amial, Arzila e Pereira … ao longo do campo de S. Martinho de Árvore.

Oliveira, A. 1971. A Vida Económica e Social de Coimbra de 1537 a 1640. Primeira Parte. Volume II. Coimbra, Universidade de Coimbra, pg. 2 a 5, 7 a 6.

 

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por Rodrigues Costa às 10:27

Quarta-feira, 27.01.16

Coimbra, os moinhos e azenhas

Na quinta da Ribela (atual Av. Sá da Bandeira), no tempo do Prior D. Jerónimo da Cruz (eleito em 22 de Abril de 1557), foram construídas três azenhas que giravam com a água previamente recolhida num grande tanque. A água era conduzida do depósito às rodas das azenhas «por canais levantados em arcos de pedra». Nos três meses do Estio, o trigo de Santa Cruz podia moer-se em duas atafonas da quinta mandadas fazer pelo mesmo Prior. Estas moendas, quase dentro da cidade, deviam constituir uma exceção. (O mosteiro de Celas tinha também uma atafona).

Os moinhos situavam-se mais longe (da cidade), a começar nos subúrbios, e sobretudo junto dos rios e ribeiros do termo (e de fora dele).

… Os moleiros, como quaisquer outros mecânicos, não podiam exercer o ofício sem prestar juramento … Considerando como tais (moleiros) todos os que explicitamente não se destinam apenas a trazer e a levar o pão ao moinho, encontramos um mínimo de 306 unidades.

… O abastecimento de Coimbra exigia uma constante azafama dos moleiros, um vai-e-vem entre a cidade e os moinhos.

… Os moleiros de Coimbra não se podiam recusar a moer «segunda» (Por «segunda» neste parágrafo, entende-se milho, centeio e cevada»), nem a transportar taleigos de qualquer tamanho que fosse. Uma vez saído o pão da casa do dono, devia ser levado, diretamente, à Casa do Peso da Farinha. Aí ficava registada, em livro próprio e segundo as formas legais, a farinha que devia ser recebida.

… o Peso da Farinha estava na Praça «à porta dos açougues desta cidade debaixo dos arcos que aí estão»

Oliveira, A. 1971. A Vida Económica e Social de Coimbra de 1537 a 1640. Primeira Parte. Volume I. Coimbra, Universidade de Coimbra, pg.491 a 497.

 

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por Rodrigues Costa às 10:19

Terça-feira, 26.01.16

Coimbra, as diversões no século XVI

… algumas diversões, nomeadamente, o jogo da bola, parecem tê-los distraídos (os habitantes de Coimbra) com certa frequência, levando-os a ausentarem-se do trabalho ou mesmo a faltar a ele

… em 28 de Junho deste ano (de 1535), a Câmara teve de deliberar «sobre o grande mal e desordem» que continuamente se fazia na cidade com o jogo da bola. Todos os dias «des polla menhã ate noyte» havia jogos disputados nos quintais, que se podiam alugar para o efeito, e noutras partes da cidade. Muitos, sendo pobres, «perdem suas fazendas» ou deixam de «guainhar de comer para suas molheres e filhos» para irem jogar ou assistir aos jogos.

Considerando o grande dano que resultava do facto, a vereação proibiu aos mecânicos o jogo da bola nos dias da semana sob penas diversas: o jogador na multa de 300 réis, o espectador em 100 e quem desse o «campo» pagaria 500.
A paixão pelo mesmo jogo voltamo-la a encontrar documentada em 8 de Abril de 1573. Um acordo deste dia proíbe o aluguer de paus para jogar a bola em dias de trabalho, sob pena de 500 réis pagos da cadeia e perdimento dos paus.

… Em 1576 temos notícia de que se jogava em diversas partes, sobretudo nos quintais e olivais detrás de Santa Clara

Oliveira, A. 1971. A Vida Económica e Social de Coimbra de 1537 a 1640. Primeira Parte. Volume I. Coimbra, Universidade de Coimbra, pg.478 a 480

 

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por Rodrigues Costa às 10:58

Segunda-feira, 25.01.16

Coimbra, a procissão do Corpo de Deus

Hierarquia dos mesteres conimbricense na procissão do Corpo de Deus (1.º quartel do século XVI)

 

N.º ordem dos Mesteres:  Contributo
1.º -  Forneiros, Carvoeiros, Telheiros, Caieiros, Lagareiros:  Judenga com sua toura
2.º -  Ferreiros, Serralheiros, Trabalhadores:  Bandeira e «segitório»
3.º - Carpinteiros:   Serpe
4.º - Cordoeiros, Albardeiros, Odreiros, Tintureiros:   Quatro cavaleiros fustes
5.º - Regateiras, Vendedeiras de pescado, Vendedeiras de fruta:   Duas pelas
6.º - Oleiros:   Uma dança de espadas
7.º - Pedreiros, Alvanéis:   Uma bandeira rica
8.º - Alfaiates, Alfaiatas, Tecedeiras de tear baixo:  Imperador e Imperatriz
9.º - Barqueiros:   S. Cristóvão
10.º - Sapateiros, Surradores:   Uma mourisca e Santa Clara
11.º - Tecelões e tecedeiras de tear alto:   Santa Catarina
12.º - Correeiros, Sirgueiros, Latoeiros, Bordadores, Seleiros, Adargueiros, Sombreiros, Marceiros:   S. Sebastião
13.º-  Cirieiros, Pintores, Livreiros:  S. Maria dasninha e Jochym
14.º-  Ataqueiros, Boticários:   S. Miguel e dois diabos
15.º-  Espingardeiros:   Dar três tiros
16.º-  Barbeiros, Ferradores, Picheleiros:   Bandeira com S. Jorge pintado. E homens de armas
17.º-  Malgueiros tratantes:   Armas da cidade
18.º-  Padeiras:   Fogaça


Oliveira, A. 1971. A Vida Económica e Social de Coimbra de 1537 a 1640. Primeira Parte. Volume I. Coimbra, Universidade de Coimbra, pg.401 e 402.

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por Rodrigues Costa às 10:03

Sexta-feira, 22.01.16

Coimbra, as ruas por profissões

As posturas do município não obrigavam os ofícios mecânicos a arruamentos. Mas disciplinavam, em nome do bem público, a localização de certas atividades. … Sendo o produtor ao mesmo tempo vendedor, os mesteres não deixariam de disputar os sítios mais favoráveis ao desenvolvimento económico … Livreiros e impressores, alfaiates, sapateiros, taberneiros e recoveiros, contam-se entre a população da Alta que contribuiu para as fintas das sisas. Os livreiros deviam ter subido a colina depois de 1567. Com efeito, no livro das sisas deste ano, é possível identificar seis. Mas cinco pertencem à freguesia de Santiago. Dos catorze livreiros conhecidos em 1613, moravam 9 em S. Cristóvão e apenas três em Santiago.
… Pelas freguesias da Baixa distribuía-se a maior parte do artesanato e da riqueza que lhe podia estar associada. Mais de três quartos dos ofícios mecânicos identificados em 1567 situavam-se nesta zona. Em 1617 pertenciam-lhe pelo menos 74%. A freguesia de Santa Cruz detinha o maior número de unidades artesanais. Seguiam-se-lhe Santiago, S. Bartolomeu (mesmo excluindo Santa Clara) e Santa Justa.
Os sapateiros e oleiros predominavam em Santa Cruz, os alfaiates e ourives em Santiago. Os cordoeiros sobressaíam em Santa Justa. Em S. Bartolomeu salientavam-se os sombreireiros, sapateiros e barqueiros.
Dentro das paróquias havia locais onde eram (ou foram) exercidos, predominantemente, certos ofícios, como deixam transparecer os topónimos Terreiro das Tanoarias, Terreiro das Olarias e ruas das Solas, dos Sombreireiros, dos Sapateiros, dos Toalheiros … A «nobreza» da Rua de Coruche ou da Calçada, por exemplo, não deixará de andar associada, certamente, aos mercadores, merceeiros ou ourives.
… Nos dias de trabalho as oficinas abriam cedo e fechavam tarde: laboravam, por certo, de manhã cedo até ao cair da noite, de sol a sol. Às sete horas, no tempo da Quaresma, as lojas já estavam abertas. E a esta hora deviam os tabeliães das notas estar na casa da Praça para atender o público. Era a hora normal de iniciar o trabalho ou o estudo … As aulas em Coimbra, pelo menos nos Estudo Menores, começavam às oito horas no Inverno e às sete no Verão.

Oliveira, A. 1971. A Vida Económica e Social de Coimbra de 1537 a 1640. Primeira Parte. Volume I. Coimbra, Universidade de Coimbra, pg. 362 a 364

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por Rodrigues Costa às 09:53

Quinta-feira, 21.01.16

Coimbra, as artes e ofícios

Coimbra quinhentista, como dissemos, tinha profundas raízes económico-sociais mergulhadas na terra

… como centro económico, favorecia o desenvolvimento de certas indústrias na região que dominava. O conceito de economia urbana implica, de facto, a dualidade cidade-campo. E dentro da economia rural deparamos com indústrias abastecedoras da cidade e, ao mesmo tempo, com a fabricação de objetos para consumo local

… O conjunto das cartas de exame (e das licenças) da cidade e do termo mostra bem a diferença qualitativa do artesanato urbano e rural. Há profissões, como é natural, que são exercidas apenas ou essencialmente na cidade: ourives, douradores, bate-folhas, violeiros, cuteleiros, odreiros, seleiros, espingardeiros, anzoleiros, conteiros, livreiros, boticários, pasteleiros, cordoeiros e esteireiros. Raros luveiros, oleiros, sirgueiros e tanoeiros exerciam as suas atividades no termo. Os sombreireiros e os curtidores são um pouco mais numerosos. Em maior quantidade, os pedreiros, carpinteiros, ferreiros, alfaiates, sapateiros e os que se dedicam à fabricação de tecidos. Predominantes, os lagareiros e moleiros.

 

Oliveira, A. 1971. A Vida Económica e Social de Coimbra de 1537 a 1640. Primeira Parte. Volume I. Coimbra, Universidade de Coimbra, pg.489 a 491

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por Rodrigues Costa às 10:38

Quarta-feira, 20.01.16

Coimbra, evolução demográfica 2

Em 1358 as transações relativas ao abastecimento faziam-se predominantemente nesta zona (o Arrabalde). A maior parte dos conimbricenses deveria então aqui residir. Era dentro das couraças que no século XIV se refugiava a população citadina e das terras chãs em caso de perigo. Mas Almedina, a zona intramuros, estava pouco povoada por este tempo.
Tão longe quanto a documentação o permite, Almedina surge-nos com muitos espaços vazios. Não é difícil referenciar, nos séculos XI e XII, por exemplo, cortes no interior das muralhas … Almedina, que foi sede da monarquia até D. Afonso III, apresentava-se, em 1312, com «pardieiros e casas derribadas». Muitas moradas, neste século, se perderam com as «pestes» … Privilégios, muito vastos foram concedidos aos moradores da Almedina … Atuando drasticamente, D. Fernando julga resolver o problema: obriga «os moradores do arrabalde e os officiaes dessa cidade» a viverem dentro das muralhas.
… Em 1527, ao tempo do numeramento joanino, só uns 37% da população total, considerando os cónegos da Sé e os clérigos, moravam intramuros. Menos de 500 fogos. Este cômputo é profundamente alterado, porém, a partir de 1537.
O regresso definitivo da Universidade a Coimbra veio modificar o crescimento natural e real da população tanto na cerca como no arrabalde … em 1560 «o muito crescimento do povo» era bem sentido … Em 1567 … Um outro documento do ano seguinte considera Coimbra «grande povoação e (de) muitas passagens. Os burgos de Santa Clara e de Celas povoam-se. Ruas e casas novas surgem «nos olivais além da cerca do mosteiro de Santa Clara» … Celas, em 1608, era já «um lugar de muita gente que passava de noventa fogos».
…Os imperativos da Guerra da Restauração conduziram de novo a minudentes recenseamentos … Mandava a provisão que de cada paróquia ou grupo de paróquias com cem fregueses saísse um soldado … no recrutamento geral por volta de 1647 … Os 1040 soldados que calculámos para este ano representarão, assim, um mínimo. Juntos aos auxiliares e aos de cavalaria, integrar-se-iam num recenseamento dos 18 aos 40 anos, numa população inferior a 10.000 indivíduos, talvez próxima dos 6.500 a 7.500. Estes efetivos, em Coimbra, são forçosamente mais elevados, apesar de alguns anos de guerra: os recrutáveis não devem estar completamente indicados; e os estudantes matriculados só na Universidade andavam à volta de mil. Poder-se-á então elevar para nove ou dez mil unidades o conjunto de toda a população?

Oliveira, A. 1971. A Vida Económica e Social de Coimbra de 1537 a 1640. Primeira Parte. Volume I. Coimbra, Universidade de Coimbra, pg. 151 a 155, 159 a 161, 185 a 187

 

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por Rodrigues Costa às 10:08

Terça-feira, 19.01.16

Coimbra, evolução demográfica 1

No conspecto demográfico do País a cidade de Coimbra ocupava, em 1527, um lugar pouco destacado. Seis aglomerados, além da capital, eram populacionalmente superiores e um, Lagos, sensivelmente igual. No centro dominava. As populações «urbanas» de Leiria, Aveiro, Viseu, Guarda e Covilhã eram inferiores.

O censo atribui-lhe 1.329 vizinhos dos quais 120 são cónegos da Sé e clérigos beneficiados. Não foram tidos em conta o clero regular, as religiosas, nem a população flutuante.
Os números do censo poderiam ter sido um pouco maiores, mesmo sem considerar estas lacunas, se em 1525 a cidade, e talvez o arredor, não tivesse sido assolada por «um mal» epidémico debelado, ou quase, já nos fins de Agosto. Trezentas e setenta e três «almas» citadinas, na indicação dos vereadores, morreram … Dos «vizinhos» atribuídos à cidade coimbrã apenas 370, não considerando os eclesiásticos, viviam na Almedina. No Arrabalde, 839.

… foi no Arrabalde que se estendia, no século XVI, da Portagem em direção a Água de Maias, que se fixou a população extramuros.
A vinha, no século XII, e a vinha e o olival na centúria de Quinhentos, começavam à Porta do Castelo. Fora da Almedina e Arrabalde não havia propriamente moradores: na zona verde urbana apenas se ergueram alguns edifícios religiosos. Ainda em 1845, como se mostra numa carta topográfica, não havia casario nas circunvizinhanças da urbe, nem mesmo da Porta do Castelo ao Penedo da Saudade, com exceção do velho Arrabalde.

O Arrabalde, a «baixa», tinha já no século X pelo menos quatro igrejas (S. Bartolomeu, Santa Cristina, S. Cucufate e S. Vicente). Santa Justa foi construída no século XI. Santa Cruz e Santiago, na centúria seguinte.

Oliveira, A. 1971. A Vida Económica e Social de Coimbra de 1537 a 1640. Primeira Parte. Volume I. Coimbra, Universidade de Coimbra, pg. 149 a 151

 

 

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por Rodrigues Costa às 10:16

Segunda-feira, 18.01.16

Coimbra, a cidade e o seu arrabalde no séc. XVII

O «campo» começava dentro da própria cidade, sob a forma de quintais onde cresciam hortas, parreiras e árvores que tornavam risonho o aglomerado ao altearem-se por entre as casas empilhadas em ruas estreitas. Topónimos como Rua das Parreiras e Rua da Videira parecem inculcar o facto.
Da sua presença, no burgo de Celas, populoso já em 1608, não se pode duvidar.

… A Porta do Castelo dava para olivais ou vinhas. Junto dela laboravam lagares de moer e espremer a azeitona

… Para lá dos muros da cerca dos Bentos, a sua quinta, até junto ao rio, com um salgueiral plantado nas margens … As quintas da Alegria, que se continuavam ao longo do rio, para montante, até encontrar «o aprazível e cheiroso das hortas da Arregaça»

… A Porta Nova conduzia, por sua vez à Ribela. Neste vale, o longo dos anos, é fácil encontrar referências a vinhas, hortas, olivais, nogueiras, laranjeiras e sinceiros; a lugares devassos para pasto do gado da cidade, «grosso, miúdo ou bestas»; ao curral do concelho, a «engenhos» de fazer azeite ou moer pão, movidos a água pelo menos durante uma parte do ano.

… As outras saídas da cidade, todas elas, conduziam, igualmente a paisagens semelhantes, logo que terminavam as casas.

Oliveira, A. 1971. A Vida Económica e Social de Coimbra de 1537 a 1640. Primeira Parte. Volume I. Coimbra, Universidade de Coimbra, pg.321 a 325

 

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por Rodrigues Costa às 23:44

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