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Estabelecendo por algum tempo a corte em Guimarães, o novo monarca visitou sucessivamente vários daqueles distritos, recolhendo-se a Coimbra, ainda então considerada como capital da monarquia, nos fins de Julho de 1248. Tanto aqui, como durante a sua residência no Norte, Afonso III parece ter seguido uma politica judiciosa.
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Efetivamente Afonso III jurara então conservar intacta a moeda … O prazo expirava, porém, em 1261, e o rei, desobrigado das suas promessas, tratou de recorrer de novo a esse deplorável meio de locupletar-se. Apenas, todavia, começara a aumentar o valor nominal da moeda antiga e a cunhar outra nova viciada, um brado de reprovação se alevantou de toda a parte … Cedendo aos clamores universais, Afonso III convocou as cortes de Coimbra, onde os bispos, os vassalos da coroa, os mestres das ordens, os abades dos principais mosteiros e os procuradores dos concelhos vieram a reunir-se nos fins de Março ou princípios de Abril desse mesmo ano.
A assembleia foi agitada. Discutiu-se largamente o direito da coroa e ponderaram-se os males que resultavam ao reino daquelas mudanças…. Para chegar a um acordo fizeram-se, enfim, concessões mútuas. Decretou-se que as moedas antigas fossem restituídas ao estado primitivo; que nunca mais nelas se fizesse alteração de valor nominal ou real, e que as novas que o rei começara a cunhar, e que evidentemente eram de inferior toque, valessem em relação às antigas na razão de setenta e cinco por cento, isto é que dezasseis destas equivalessem a doze daquelas.
Herculano, A.1987. História de Portugal. Vol. V. Lisboa, Circulo de Leitores, pg. 9, 52
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